Pedagogia da Autonomia - Paulo Freire

“PROGRAMADOS PARA APRENDER E IMPOSSIBILITADOS DE VIVER SEM A REFERÊNCIA DE UM AMANHÃ, ONDE QUER QUE HAJA MULHERES E HOMENS HÁ SEMPRE O QUE FAZER, HÁ SEMPRE O QUE ENSINAR, HÁ SEMPRE O QUE APRENDER”.

Tudo o que queremos transmitir aos nossos alunos, deve ser passado de uma forma clara, em que um aprenda com o outro, tanto o professor como o aluno, que a aula não seja apenas uma transferência de conteúdos, que haja uma troca de experiências, pois quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
O professor não deve apenas dar o conteúdo pronto para o aluno, deve ensiná-lo, deve o fazer pensar para saber qual o caminho certo, além de fazer o aluno pensar e pesquisar, o professor também deve pesquisar muito, para mostrar as novidades, para se renovar e não ser sempre a mesma coisa durante anos.
Ensinar os educando, a realidade que o mundo está vivenciando, mostrar as outras realidades de sua cidade, compartilhar o que eles já sabem a respeito, deixar ele mostrar as suas idéias, mostrar a sua cultura os seus sentimentos, como ele vive e como é a sua realidade.
Ensinar sem violência e com decência, mudar e estar ciente que houve essa mudança, pensar certo, não dizer a ‘famosa’ frase: “Faça o que eu mando e não faça o que eu faço”, pensar certo não é isso.
Ensinar é aceitar o novo, a opinião das outras pessoas, mas não deixar de lado o que você já tinha aprendido, é acolher o pensamento alheio. Devemos ter um pensamento crítico sobre a prática decente, ter o pensamento certo, dinâmico entre o fazer e o pensar sobre o fazer, é pensando certo sobre a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a prática do amanhã.
Pensar certo é isso, criar estruturas para os alunos, para eles poderem fazer a sua própria construção, com os seus próprios materiais, com seus meios e com a sua força de vontade. Saber que estamos sempre em mutação, que somos seres inacabados e imperfeitos de dizer o que está certo ou não, podemos ir além, além de tudo, além dos limites, mas devemos buscar os nossos direitos, nossos objetivos de forma humilde.
Ensinar é transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a. Aprender é uma aventura criadora, é construir, é constatar para mudar e só nós homens e mulheres somos os únicos seres capazes de aprender. Ensinar é ter esperança de que professor e aluno juntos podem aprender e podem enfrentar muitos obstáculos, é ter esperança que a mudança é difícil, mas é possível.
Ensinar é ter consciência, é ter competência no que estamos fazendo, é ter amor pela nossa profissão, querendo bem, tendo afeto pelos nossos alunos, tendo muito diálogo entre eles e ensinar não somente para passarem de ano, mas sim, ensinar para passarem na vida.

“...NÃO NEGO A COMPETÊNCIA, POR OUTRO LADO, DE CERTOS ARROGANTES, MAS LAMENTO NELES A AUSÊNCIA DE SIMPLICIDADE QUE NÃO DIMINUINDO EM NADA SEU SABER, OS FARIA GENTE MELHOR. GENTE MAIS GENTE.”